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As aventuras com o Electra na Africa – “Causos” Parte 7

[continuação da parte 6]
Já em solo brazuca, comecei os contatos com pilotos de Electra: Nenhum deles estava interessado em ir para o Zaire e ficou claro para mim que os dois da Varig que foram “convidados a se retirar” de lá passaram a informação adiante (muito apropriadamente diga-se de passagem).

Como resultado, depois de quase duas semanas, tínhamos dois pilotos canadenses, um paraguaio e o Zairense que conheci em JoeBur, nenhum brasileiro. O segundo Electra já estava pronto para o voo de experiência, que acabou também se transformando em voo de instrução para os estrangeiros.
Decolamos de Congonhas e seguimos para Campinas, onde uma série de “toques e arremetidas” foram praticadas pelos “alunos”. Como instrutor/checador, o comandante Buchrieser, um dos mais experientes pilotos de Electra
No meio do caminho, um pouco de emoção com manobras de recuperação de estol e embandeiramento pra ver se estava tudo certo com a segunda aeronave.

A sessão de “toques” começou com o Buchrieser no assento da esquerda, (eu estava no assento do “navegador”) com um briefing sobre recolher os flaps para Take Off position na hora da arremetida, entre outras coisas.

Tudo perfeito, dava gosto de ver o Buchrieser manuseando tão bem o Electrão mesmo depois de tanto tempo sem voar.

O mais legal de tudo era a “decolagem americana”, pois seguíamos no rasante sobre a pista com o trem recolhido e subíamos velozmente ao cruzar a cabeceira oposta.

Depois ele foi pro assento da direita e foi a vez do Paraguaio fazer o “toque ” dele.
Mesmo com os “inputs” do Buchrieser o cara alinhou errado e tocou bem à esquerda da pista. Fizemos mais um circuito e o Paraguai errou de novo.
Depois foram os dois canadenses e por ultimo o zairense, que “tocou” legal.
Voltamos pra Congonhas e o paraguaio foi reprovado (ainda bem).

A segunda travessia seria com tripulação Canadense (incluindo o FE) mais o Zairense.

Foto do Electra Sobrevoando a Africa

Electra carregado, mais uma vez cheio de “muambas” do Bingwa, decolamos para mais uma travessia, com o mesmo plano de voo: Congonhas-Recife-Sal-Abidjan-Kinshasa.
Não houve contratempos na saída desta vez, porém, em algum ponto já no estado da Bahia os pilotos Canadenses me chamaram no cockpit porque não conseguiam se comunicar usando nenhum rádio.
Abri o rack de equipamentos (que ficava em um “armário” atrás da cadeira do FE) e deu pra perceber que os dois transceivers de VHF estavam mortos. Isso não era uma coisa boa… estávamos voando IFR sem contato via rádio.

Tentamos então contato via HF com o centro Brasília, usando as frequências que constavam nas ERC (cartas de rota). Depois de algum tempo tentando, finalmente o contato foi obtido, mas como a transmissão era muito ruim, os pilotos não entendiam o que Brasilia falava e vice-versa.
Então eu fiquei responsável pela fonia, informando ao Centro que havíamos perdido comunicação VHF e teríamos que fazer todo o procedimento de chegada e pouso em Recife via rádio HF.

A coordenação foi bem feita e pousamos sem problemas em REC, mas devido aos problemas nos rádios, o que deveria ser apenas uma escala de abastecimento virou um pernoite. Fui até a manutenção da VARIG e entrei em contato com a base em São Paulo para que enviassem em AOG dois transceivers de VHF (AOG é uma sigla que significa Aircraft On Ground, e é utilizada para transporte de peças de avião de um ponto a outro o mais rápido possível).
Os voos de São Paulo para Recife só chegariam no dia seguinte por volta de meio dia.

O pessoal da Varig foi bastante legal e nos conseguiu o mesmo hotel que a tripulação costumava ficar, portanto era um problema a menos para se preocupar.

O Bingwa, que não gostava de imprevistos, já havia anunciado aos pilotos canadenses que devido ao atraso em Recife, eles teriam que fazer o restante da etapa inteira sem escalas de descanso.

No dia seguinte logo pela manhã voltamos pro aeroporto pra aguardar a chegada dos VHF, que vieram rápido conforme prometido. Instalei e testei os dois e funcionaram perfeitamente. Uma boa maneira de conquistar a confiança dos Canadenses.

Decolamos para a Ilha do Sal com chuva, as 15:30hs, só descansaríamos agora no Zaire.
Durante o voo sobre o atlântico eu ficava observando os navios minúsculos no oceano e pensando o que aconteceria se desse um problema semelhante ocorresse na ilha do Sal, como é que as peças chegariam lá?

[Continua na parte 8]

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