O texto “Resistência de uma asa” foi publicado originalmente em 1º de junho de 2008, por Lito Sousa. Texto reeditado por Lucas Conrado.
Um ano e meio antes do primeiro voo do Boeing 787, o Flightblogger publicou um desenho mostrando a flexibilidade da asa do Boeing 787. O desenho teve como base projetos da Boeing e documentos fornecidos para planejamento de aeroportos. De acordo com os documentos da época, ela poderia se flexionar até a ponta subir 3,2 metros em relação à posição que fica com a aeronave em solo.
O Boeing 787 voa há 12 anos. Tanto os testes quanto as operações mostram como aqueles projetos estavam certos e o avião é seguro. Veja esse vídeo abaixo do Cargospotter, mostrando o pouso de um 787 na Alemanha. Repare no tanto que as asas se flexionam!
Você e tem medo de voar? Conhece alguém que tenha?
Então, se liga nisso aqui! Nos dias 31 de maio, 1º e 2 e junho, nós vamos fazer o Intensivão Medo de Voar! Em cada aulão, vamos abordar um tema que assusta muita gente quando vai voar de avião. Por exemplo, no dia 31, o aulão vai ser sobre pousos e decolagens. Em seguida, no dia 1º de junho, a gente vai falar sobre os ruídos dos aviões. Então, no dia 2 de junho, a gente vai abordar a tão temida turbulência!
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Testes de flexibilidade
O que espanta mesmo são os testes que as fábricas efetuam nas asas para se certificar que o projeto realmente vai suportar as cargas aerodinâmicas em voo. Para você ter uma ideia, o regulamento (FAR25.303) do FAA exige que qualquer projeto deve suportar um nível de carga de 1.5, ou seja, 150% maior do que foi projetado para suportar. Explicando: Digamos que um avião seja projetado para, em condições normais de voo, sofrer cargas de 3G (valor fictício – 3 vezes a força da gravidade). Para que este projeto seja certificado, deverá então suportar forças de 7.5G! Os 3G iniciais mais 4,5G (150% do valor original). Claro, esses valores são para exemplo somente, na verdade são maiores ou menores dependendo do tipo de aplicação e característica do avião.
E só há uma maneira de provar que o que os engenheiros projetaram vai funcionar na vida real: Levar a estrutura da asa ao extremo e e ver até onde ela suporta. Nos arredores da fábrica da Boeing em Everett, nos Estados Unidos, existe um laboratório que leva os novos aviões ao extremo, a condições que não vão enfrentar nem no pior furacão aqui na Terra.
Assim como o 787, o Boeing 777 passou com louvor! Esse teste de resistência é espetacular, vejam abaixo a filmagem feita em 1995. Observem o quanto a asa chega a curvar até se quebrar a 154% de carga. Depois de ver esse vídeo, tenha certeza de que quando o avião entrar em uma turbulência severa nada vai acontecer com a estrutura e você pode encostar no assento e dormir sossegado!
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