Como já contei por aqui, tirei minha habilitação para pilotar ultraleves em Belo Horizonte, Minas Gerais. O Estado de Minas é lindo, tem uma topografia fascinante, lagos belíssimos e é muito bacana voar por lá. A navegação, é verdade, exige certa atenção, pois “tem terra pra todo lado”, ou seja, a paisagem que vemos do avião é quase sempre muito parecida, de modo que qualquer deslize pode causar desorientação. Onde está a estrada que deveria estar ali? E o lago, será que foi dragado? rs.
Mas voar no Rio de Janeiro é outra história. A paisagem não é belíssima, é algo mais que isso. Para onde olhamos, há beleza natural digna de contemplação. A navegação, por sua vez, é muito simples. Ou o mar tem que estar de um lado ou de outro. Quer ir a Búzios? Mantenha o mar à direita. Quer ir para Paraty? Mantenha o mar à esquerda. Só não fique contemplando muito a paisagem, pois você pode parar em Macaé/RJ no primeiro caso ou em Ubatuba/SP no segundo.
E para sentir de fato o que é voar no Rio de Janeiro, nada como um bom ultraleve básico, o velho “pano e tubo”, de cabine aberta, vento no rosto e baixa velocidade de cruzeiro (55 mph ou 88 km/h). É pura contemplação. Não importa o tempo que levará para se chegar ao ponto “B”, pois o destino é alcançado logo após a decolagem. E permanecemos nele até o pouso.
Em vistas desse sentimento – e da vontade de compartilhá-lo com vocês – preparei um vídeo com alguns momentos desses voos que faço por aqui. Espero que gostem.
Não se apeguem aos aspectos técnicos da fonia que foi registrada com o vídeo, pois foi realizada com a coordenação de tráfego do sítio de voo, não com um órgão de tráfego aéreo oficial, como nesse outro vídeo.
Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=Y3EV4tzNZmU